domingo, 22 de fevereiro de 2009

NINGUÉM, ALÉM DE VOCÊ, PODERÁ DAR OS PASSOS NECESSÁRIOS PARA SANEAR SUAS FINANÇAS

Não é novidade afirmar que parcela significativa da população brasileira está endividada. Também é lugar comum a assertiva de que tudo seria muito diferente, com menos consumo por impulso e mais compras planejadas, se houvessem estímulos e condições efetivas de acesso à educação financeira para todos.

Embora seja notório saber que a incapacidade de controle financeiro não é um fenômeno particular, individualizado, mas um fenômeno generalizado no atual contexto nacional, isso, por si só, não resolve a situação deficitária de ninguém. A consciência do descontrole de muitos, contudo, retira o peso da consciência, pois, segundo dados recentes do Banco Central, cerca de 80 milhões de clientes do sistema financeiro nacional estão endividados, quando não, inadimplentes, impossibilitados parcial ou integralmente de honrarem seus compromissos nos prazos acordados.

Pela magnitude do problema, acredito ser oportuno, uma vez mais, fazermos algumas sugestões para nortear os consumidores, na perspectiva de dar alguns passos que permitam transformar finanças descontroladas em finanças sadias.

1- QUANDO USAR SEU CARTÃO DE CRÉDITO

Quando não houver disponibilidade momentânea para quitar a compra de um bem ou serviço de extrema urgência. Por exemplo, compra de um remédio, pagamento de uma consulta médica, aquisição de parte do vestuário necessário à freqüência de algum evento, pagamento relativo a uma viagem inesperada etc.
É importante só utilizar tal recurso na certeza que terá disponibilidade financeira no prazo de vencimento da fatura do cartão.

2- PRIORIZE O PAGAMENTO DAS CONTAS QUE IMPLIQUEM EM DESPESAS ADICIONAIS

Quando tiver impossibilidade de quitar todas as dívidas, pague prioritariamente àquelas que gerem gastos adicionais (juros, multa, taxas financeiras ou despesas similares).



3- CREDOR NÃO AGE MOVIDO POR BONDADE, MAS, POR INTERESSE

Não se iluda com a armadilha do pagamento da parcela mínima do cartão de crédito. Neste caso você apenas estará pagando os juros relativos ao mês da cobrança. Não esqueça que no mês subseqüente o valor da dívida não quitada virá adicionado ao valor do pagamento em questão. Portanto, se no mês corrente você teve dificuldade de pagamento, no mês seguinte esta dificuldade deverá ser maior.

4- PREVENIR É MELHOR QUE REMEDIAR

Quando possível, constitua um fundo para pagamento de suas despesas eventuais, além daquelas referentes a seus dependentes diretos.
No tocante ao valor total de tais reservas, é recomendável, no mínimo, que estas permitam saldar despesas relativas a um período de três meses.

5- EXISTEM SAÍDAS NEGOCIADAS

Ao perceber-se em uma situação insustentável, qual seja, quando sua renda não for suficiente para abater parte da dívida mensal, procure com urgência algum profissional da área de Educação Financeira para conhecer as alternativas disponíveis. Uma saída vantajosa deverá ser pagar os compromissos em atraso com um novo empréstimo, visto que, via de regra, a taxa de juros incidentes em tais empréstimos são substancialmente menores que as relativas ao atraso considerado.

Com a certeza que tais considerações poderiam ser enriquecidas com inúmeras informações complementares, espera-se, contudo, que as mesmas provoquem um desejo de aprofundamento, cumprindo, dessa maneira, seu papel de deflagrar discussões futuras nesta temática que a cada dia mostra-se mais importante na qualidade de vida de muitos brasileiros.

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