segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

COMPRA A CRÉDITO: DO SONHO AO PESADELO

Em um passado não muito distante, comprar a crédito não era tarefa fácil. Isto porque diante da perspectiva de inadimplência, o comércio exigia, com muita freqüência, além de inúmeros documentos, a presença de um avalista. E convenhamos, era quase sempre, constrangedor, solicitar, ou ser solicitado, assumir tal compromisso, diante das conseqüências possíveis. Por outro lado, ter acesso a um cartão de crédito ou cheque especial, pressupunha uma série de condições, a começar pela magnitude do rendimento comprovado, o que restringia a oferta de crédito para poucos.

Na atualidade, constata-se uma situação inversa. Bancos, financeiras e outras instituições creditícias, conhecedoras da quase inexistente educação financeira da população, descobriram as vantagens da oferta de crédito fácil e farto, disponibilizado, sem avalista e, muitas vezes, até mesmo sem a solicitação do potencial cliente, o qual é convidado, ou induzido, a contrair e utilizar recursos de terceiros como se seu fosse, incorrendo em um erro que costuma ser fatal para as finanças pessoais.

Para evitar incorrer em uma situação de descontrole orçamentário, torna-se conveniente ter acesso a alguma literatura, onde são apresentados e discutidos conceitos básicos de educação financeira, assim como também definir as estratégias e instrumentos relacionados às suas ações, enquanto consumidores.

Algumas recomendações para não se tornar presa fácil das armadilhas financeiras relacionadas ao crédito:

1- Não confunda crédito com dinheiro próprio. Portanto, use-o com parcimônia, e apenas em casos de extrema necessidade;

2- Organize-se. Não esqueça as datas de vencimento de suas contas, pois, neste caso, você estará tendo despesas adicionais (juros e multas) por simples falta de planejamento;

3- Cartão de crédito - Não esqueça que sua taxa de juros é a maior do mercado financeiro nacional;

4- Cartão de crédito - Todo cuidado é pouco com as “facilidades” que o banco oferece para você pagar a dívida. Fuja do pagamento mínimo;

5- Não gaste mais do que você ganha. Seja uma pessoa superavitária;

6- Se nenhum crédito limita suas decisões, crédito fácil demais atrapalha. Via de regra, induz a um endividamento excessivo;

7- Não esqueça de conferir seu extrato bancário. Não é incomum o banco “errar” e fazer cobranças indevidas;

8- Mesmo quem tem renda elevada pode vivenciar situações desagradáveis se esquecer que tem uma restrição orçamentária, qual seja, não se deve gastar mais do que recebe.

Isso posto, é bom não esquecer que embora o cartão de crédito não seja dinheiro, exerce sua função e, o que é mais importante, é pago com dinheiro.



quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

EDUCAÇÃO FINANCEIRA EM PERGUNTAS E RESPOSTAS

O propósito desta coluna é apresentar semanalmente um artigo de Educação Financeira, discutindo conceitos relacionados às finanças pessoais, proporcionando, ao longo do tempo, uma base teórica que torne o cidadão mais capacitado para administrar seu orçamento familiar.

TEMA 1: CRÉDITO CONSOLIDADO

É fornecido por empresas financeiras para as pessoas que se encontram em elevado grau de endividamento.

O que é, como funciona e quais as vantagens e desvantagens de seu uso?

O que é crédito consolidado?

R-É a reunião de diversas dívidas em uma só. Isso feito transformará de imediato, uma situação de vários credores em um único, assim como também a centralização de todas as datas de pagamento em uma só. Em resumo, ao fazer um crédito consolidado, o devedor estará contraindo uma grande dívida para quitar diversas dívidas menores.

Como a principal causa geradora de um crédito consolidado é possibilitar ao devedor sair de um contexto de elevado comprometimento mensal de seus rendimentos, o novo débito contraído terá, necessariamente, um prazo mais longo de quitação, o que significará uma diminuição do valor a ser pago mensalmente.

Importa salientar que a taxa de juros tem um comportamento diretamente proporcional ao prazo de pagamento, qual seja, a um prazo maior, corresponderá uma maior taxa de juros, o que, consequentemente, implicará em um maior volume da dívida contraída.

Quais as vantagens de um crédito consolidado?

R.a) Reduz substancialmente o número de credores;

b) Diminui o comprometimento do rendimento mensal, com menores prestações;

c) Centraliza a data de pagamento, possibilitando um gerenciamento mais eficaz da dívida.

Quais as desvantagens de um crédito consolidado?

R.a) Aumenta o volume total da dívida em conseqüência de uma maior taxa de juros;

b) Como o elevado grau de endividamento de parcela significativa da população decorre, quase sempre, da inexistência de uma educação financeira, o alívio inicial provocado pela dilatação do prazo de pagamento, sem os esclarecimentos devidos sobre a origem do descontrole orçamentário, poderá induzir a novos endividamentos. Isso posto, as saídas de uma situação de caos nas finanças pessoais e familiares tornar-se-ão cada vez mais difíceis, criando uma avalanche de descontrole de resultados catastróficos para as famílias, enriquecendo, contudo, os financistas usurários.

c) Por fim, talvez a mais perversa das conseqüências da adoção de um crédito consolidado, dar-se-á a partir da exigência da garantia solicitada pelos credores.

Neste caso, como contrapartida do crédito, utiliza-se um bem imobiliário (terreno, casa ou apartamento) como hipoteca. Na hipótese, infelizmente não muito remota de inadimplência, ocorrerá à cessão de um patrimônio, via de regra, conseguido a duras penas, ao longo da vida.

Concluindo tais considerações acerca do crédito consolidado, torna-se oportuno alertar inicialmente para a necessidade de compatibilizar os volumes de ganhos e gastos, evitando-se a necessidade de endividamento.

Na hipótese da necessidade real de endividamento, sugere-se evitar ultrapassar o grau de endividamento recomendável - cerca de 30% do salário líquido com dívidas - (prestações fixas).

Finalmente, só na hipótese de um efetivo descontrole das finanças pessoais, aí sim, o crédito consolidado deve ser sugerido como alternativa, aliado, contudo, as outras medidas saneadoras das finanças pessoais. Nunca sozinho.

sábado, 2 de janeiro de 2010

ARROGÂNCIA NA BAND

O âncora do Jornal da Band, Boris Kasoy, demonstrou toda sua arrogância, diga-se de passagem, que é uma conduta típica dos imbecis, ao fazer um comentário desairoso sobre uma matéria levada ao ar no jornal televisivo, por ele mesmo apresentado, no dia primeiro de janeiro próximo passado.

A matéria era uma mensagem de dois varredores de rua, desejando aos brasileiros um Feliz Ano Novo. Pensando que os microfones estivessem desligados, comentou: “Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho”.

Como o áudio estava sendo transmitido, o vídeo caiu na internet, sendo imediatamente repudiado pelos internautas.

Diante do fato, o jornalista afirmou que errou e que iria se retratar com o público.

E daí, fica só nisso? É simples assim? Então ele usa a televisão, com condições de chegar a todos os lares do país, achincalha toda uma categoria profissional que, diga-se de passagem, é tão respeitável quanto a de jornalista, destilando todo o fel de seu preconceito venenoso e diz apenas desculpe?

É importante não esquecer que a televisão não determina, mas tem um grande poder de influência nas condutas pessoais. Portanto, quem garante que amanhã, outras pessoas não acharão também normal destratar alguns ofícios manuais, por exemplo, e depois pedirem desculpas? Afinal não é com tais comentários que se constrói uma sociedade justa, equânime e solidária.

Isso posto, estou aqui propondo e iniciando uma campanha de oposição ao Jornal da Band, com o boicote dos habituais telespectadores desse programa, desligando ou trocando de canal seus televisores pelo período de um mês. Como os programas existem em função da audiência, que por sua vez representa lucro (e esta linguagem eles entendem), espera-se, em nome do interesse pecuniário, ou da ética profissional que, a partir desse fato, haja uma maior preocupação por parte da produção dos programas televisivos em respeitar a pessoa humana, seja ela médico, professor ou varredor de rua.

Quem concorda, manifeste-se.