EDUCAÇÃO FINANCEIRA EM PERGUNTAS E RESPOSTAS
O propósito desta coluna é apresentar semanalmente um artigo de Educação Financeira, discutindo conceitos relacionados às finanças pessoais, proporcionando, ao longo do tempo, uma base teórica que torne o cidadão mais capacitado para administrar seu orçamento familiar.
TEMA 1: CRÉDITO CONSOLIDADO
É fornecido por empresas financeiras para as pessoas que se encontram em elevado grau de endividamento.
O que é, como funciona e quais as vantagens e desvantagens de seu uso?
O que é crédito consolidado?
R-É a reunião de diversas dívidas em uma só. Isso feito transformará de imediato, uma situação de vários credores em um único, assim como também a centralização de todas as datas de pagamento em uma só. Em resumo, ao fazer um crédito consolidado, o devedor estará contraindo uma grande dívida para quitar diversas dívidas menores.
Como a principal causa geradora de um crédito consolidado é possibilitar ao devedor sair de um contexto de elevado comprometimento mensal de seus rendimentos, o novo débito contraído terá, necessariamente, um prazo mais longo de quitação, o que significará uma diminuição do valor a ser pago mensalmente.
Importa salientar que a taxa de juros tem um comportamento diretamente proporcional ao prazo de pagamento, qual seja, a um prazo maior, corresponderá uma maior taxa de juros, o que, consequentemente, implicará em um maior volume da dívida contraída.
Quais as vantagens de um crédito consolidado?
R.a) Reduz substancialmente o número de credores;
b) Diminui o comprometimento do rendimento mensal, com menores prestações;
c) Centraliza a data de pagamento, possibilitando um gerenciamento mais eficaz da dívida.
Quais as desvantagens de um crédito consolidado?
R.a) Aumenta o volume total da dívida em conseqüência de uma maior taxa de juros;
b) Como o elevado grau de endividamento de parcela significativa da população decorre, quase sempre, da inexistência de uma educação financeira, o alívio inicial provocado pela dilatação do prazo de pagamento, sem os esclarecimentos devidos sobre a origem do descontrole orçamentário, poderá induzir a novos endividamentos. Isso posto, as saídas de uma situação de caos nas finanças pessoais e familiares tornar-se-ão cada vez mais difíceis, criando uma avalanche de descontrole de resultados catastróficos para as famílias, enriquecendo, contudo, os financistas usurários.
c) Por fim, talvez a mais perversa das conseqüências da adoção de um crédito consolidado, dar-se-á a partir da exigência da garantia solicitada pelos credores.
Neste caso, como contrapartida do crédito, utiliza-se um bem imobiliário (terreno, casa ou apartamento) como hipoteca. Na hipótese, infelizmente não muito remota de inadimplência, ocorrerá à cessão de um patrimônio, via de regra, conseguido a duras penas, ao longo da vida.
Concluindo tais considerações acerca do crédito consolidado, torna-se oportuno alertar inicialmente para a necessidade de compatibilizar os volumes de ganhos e gastos, evitando-se a necessidade de endividamento.
Na hipótese da necessidade real de endividamento, sugere-se evitar ultrapassar o grau de endividamento recomendável - cerca de 30% do salário líquido com dívidas - (prestações fixas).
Finalmente, só na hipótese de um efetivo descontrole das finanças pessoais, aí sim, o crédito consolidado deve ser sugerido como alternativa, aliado, contudo, as outras medidas saneadoras das finanças pessoais. Nunca sozinho.